Como utilizar o método Pomodoro?

O que é?

A técnica do Pomodoro é utilizada para se conseguir focar em uma única tarefa, sem interrupções, por vinte e cinco minutos. É muito útil àquelas pessoas que não conseguem se concentrar em uma atividade, ou a interrompe várias vezes durante a execução.

Com as milhares de notificações que recebemos atualmente, tanto no celular quanto no computador, e com a facilidade de comunicação existente, é muito difícil a pessoa conseguir trabalhar por um longo período de tempo concentrada. O Pomodoro sugere um foco extremo de 25 minutos, cronometrado, sem interrupções (é bom deixar o celular no “Não Perturbe” e fora do seu alcance!) com 5 minutos de relaxamento (nesses cinco minutos sim, você pode fazer o que quiser).

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Como descobrir quantitativos de iNodes do servidor?

Recentemente gravamos uma série de vídeos no YouTube explicando um pouco sobre o cPanel, um software de gerenciamento de hospedagem/servidor Linux.

Em um dos vídeos comentei sobre os iNodes, que são uma questão crítica do seu ambiente que podem trazer indisponibilidade.

Quantidade de iNodes no servidor
Quantidade de iNodes no servidor

 

Desta forma, em um dos problemas que tive era necessário saber quais domínios e diretórios consumiam mais iNodes para poder proceder com a análise e posterior limpeza. Foi aí que criamos um comando a ser utilizado no terminal que te lista a quantidade de iNodes que cada diretório utiliza.

O passo a passo abaixo explica como proceder:

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Como eu corrigi a codificação do banco de dados em uma migração?

Quem trabalha com TI já tá acostumado: todo dia tem um problema novo que exige uma solução nova (não tem um dia que eu passo sem pesquisar algo no Google que vá me ajudar a resolver algum problema técnico). Isso, na verdade, é motivador, pois sempre estamos em movimento, aprendendo coisas novas.

No texto de hoje vou explicar resumidamente o que eu fiz para corrigir uma codificação errada em um processo de migração.

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GRÁTIS Hoje: Bem mais do que só programar

Como os profissionais de tecnologia constroem suas carreiras

 

Olá,

Essa é uma mensagem rápida, apenas para comentar que o livro Bem mais que só programar no formato ebook Kindle está grátis HOJE na Amazon. É só acessar e adicionar o livro gratuitamente à sua conta. Será sempre seu 🙂

Capa do livro

Pegue agora sua cópia clicando aqui!

Sobre o que é esse livro?

E se você conhecesse a história e trajetória de profissionais renomados em suas áreas? E se essas pessoas investissem tempo sendo entrevistadas de forma a colaborar com a preparação de outras pessoas?

Sim. Você está a um passo de conhecer 15 histórias de vida, de estudo, de trabalho, de derrotas e de vitórias. São pessoas como você e eu que, com um objetivo muito bem definido e um plano de ação traçado, construíram suas carreiras e, claro, suas vidas.

Muito além da programação. É o título desse livro onde tivemos a contribuição de diversos profissionais da área de informática nos ajudando a entender como uma carreira é construída. São programadores, analistas de suporte, gerentes, diretores, professores entre outros. O resultado desse trabalho, tendo como alunos graduandos nas mais diversas áreas como público-alvo, é uma verdadeira aula. Aprender sobre a trajetória de diversos profissionais, de diversos níveis diferentes é como entender os acertos, mas principalmente os percalços e melhorar o próprio caminho.
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Como é o meu laboratório?

Sempre que preciso instalar um site/serviço novo em WordPress eu sigo um fluxo que consiste em organizar as informações sobre o site e seguir um protocolo de instalação de plugins e configurações para me manter organizado, eficiente e evitar ataques.

Nos parágrafos abaixo irei comentar sobre alguns serviços que utilizo no que eu chamo de “laboratório”, que é toda essa suíte de apps e serviços que utilizo no dia a dia para manter os sites e sistemas no ar sem grandes problemas. Vamos a eles. Read more

Quais os aplicativos de produtividade eu uso?

Frequentemente me perguntam quais aplicativos eu uso para organizar minha vida pessoal e profissional. Embora eu sempre quisesse centralizar tudo em um só lugar, ainda não achei essa bala de prata que dê para colocar compromissos, informações e to-do’s em um software só. Portanto tenho que me render às várias soluções, gratuitas ou pagas, que existem.

Nesse texto vou tentar detalhar o que ando usando (e já usei nos últimos tempos).

Conheço pessoas simplesmente não anotam, agendam, listam nada. Na minha visão isso é impraticável pois força você a ficar lembrando de muitos detalhes que poderiam estar “no papel”, gerando stress e atrapalhando sua mente a focar em o quê realmente importa e não pode estar anotado. Uma vez salvo em algum lugar, aquela informação pode simplesmente desaparecer da sua cabeça, deixando ela livre para focar em uma tarefa específica. O aplicativo faz o restante para você e te lembra no dia e na hora certa o que você ou não fazer.

Get Things Done!

Enfim, vamos lá. Lembrando que nenhum dos apps citados abaixo tem relação comercial conosco:

Aplicativos de TO-DO

Wunderlist

Eu fui apresentado a esse mundo da produtividade e das listas de tarefas com o Wunderlist. Simples, limpo e poderoso, me permitia agendar os compromissos e listar tarefas. Atualmente ele foi descontinuado (o criador promete trazer outra solução, o Superlist, mas até a data da escrita deste texto ainda não foi lançado. Um fato interessante é que existe uma palavra alemã (Wanderlust) que significa “o desejo por viajar”. Será que o nome do app é um trocadilho?

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Vivemos em uma “Sociedade do Cansaço”?

Vivemos em uma “Sociedade do Cansaço”?

Byung-Chul Han, Heidegger e a tecnologia que cansa

 

Tive a oportunidade de reler (e fazer um trabalho a respeito) o livro “A Sociedade do Cansaço” recentemente. Foi interessante ter contato novamente com essa obra tão pertinente à sociedade contemporânea. Foi escrito por Byung-Chul Han.

Han nasceu na cidade de Seul em 1959. Estudou na Alemanha Filosofia, Teologia e Literatura alemã. Quando fez seu doutorado optou por escrever uma tese baseada nos escritos e teorias de outro alemão, também bem conhecido: Heidegger.

Esse aí e o Han. Fonte: [5]

 

Antes de falarmos mais sobre Han, cabe lembrar que Heidegger também escreveu sobre tecnologia, como por exemplo:

 

“De este modo, la esencia de la técnica tampoco es en manera alguna nada técnico. Por esto nunca experienciaremos nuestra relación para con la esencia de la técnica mientras nos limitemos a representar únicamente lo técnico y a impulsarlo, mientras nos resignemos con lo técnico o lo esquivemos. En todas partes estamos encadenados a la técnica sin que nos podamos librar de ella, tanto si la afirmamos apasionadamente como si la negamos. Sin embargo, cuando del peor modo estamos abandonados a la esencia de la técnica es cuando la consideramos como algo neutral, porque esta representación, a la que hoy se rinde pleitesía de un modo especial, nos hace completamente ciegos para la esencia de la técnica” [1]

 

Em um de seus textos, em um conceito que acho bem interessante e atual, é quando ele fala sobre “pensamento calculador e o pensamento meditativo”. Escrevi alguns anos atrás um pequeno ensaio sobre Heidegger, que reproduzo aqui um trecho:

 

“(…)“Há, assim, dois tipos de pensar, cada um dos quais é, por sua vez e à sua maneira, justificado e necessário: o pensar calculador e a reflexão meditativa”. É possível discorrer a respeito de ambos e construir uma relação entre o pensamento e a tecnologia e o uso que o homem moderno faz dessa tecnologia nos dias atuais.”

 

O pensamento calculador não denota simplesmente pensamento matemático onde se há a necessidade de se resolver equações e pensar de forma linear e metódica na solução de um problema, mas sim na perspectiva de um pensamento que transcorre de um problema inicial de forma quase automática e calcula novas perspectivas e possibilidades sem, no entanto, parar para meditar. Temos então que esse pensamento não se trata de um pensamento meditativo, mas sim que ocorre de forma dinâmica, entremeada na solução e com o objetivo apenas de se “calcular”, muitas das vezes rapidamente, a melhor solução. E nesse trâmite é perceptível que o homem pode perder a essência do que se busca trabalhar pois acontece de forma automática perdendo a objetividade e alterando o foco de sua atenção para a tecnologia em si e não para o resultado necessário ou almejado com o desenvolvimento de seu trabalho.

Ao trazermos essa análise para o mundo atual, em pleno Século XXI percebemos que a tecnologia, e aqui trata-se também das (r)evoluções tecnológicas dos últimos 20 anos, tende a construir no homem a busca pelo pensamento calculador em detrimento, muitas vezes, do pensamento meditativo. ” [2]

Ora, hoje vivemos uma era onde tudo acontece muito rápido, conhecimento “fast-food”, velocidade nas publicações, quantidade de likes, tudo acabando muito rápido e exigindo que se reinicie o ciclo. É a reflexão do sociólogo polonês Bauman sobre sociedade líquida, amor líquido e relações líquidas. E, dentro de tudo isso, ouso acrescentar aos conceitos de Heidegger a questão do pensamento superficial, rápido e sem sustentação lógica ou argumentativa. É simplesmente acompanhar a maré, se deixando influenciar por outras informações tão rasas (e “líquidas”).

 

Não é possível, por exemplo, para uma pessoa recém-chegada na área de tecnologia aprender a programar com um curso de algumas semanas e se equiparar em nível de experiência e maturidade técnica a um profissional que programa há 20 anos. É claro que qualquer um pode aprender uma técnica em algumas semanas. Mas é importante entender que esse conhecimento para se sedimentar e tornar-se sólido levará alguns anos. Isso é válido para qualquer área da sua vida que se propõe a se especializar.

E, falando sobre as relações humanas, cabe salientar que o progresso de um povo (e de um indivíduo) não se dá pelo progresso tecnológico, mas sim pelo progresso de suas relações (de trabalho inclusive de todos os demais ciclos que as pessoas estão inseridas) e de si mesmo. Até mesmo a tecnologia atual (com as redes e mídias sociais, por exemplo) tem como foco a relação entre as pessoas. Talvez a saída fosse desacelerar um pouco, apreciar e aproveitar mais o momento. O que devemos buscar não é o último aparato tecnológico, mas sim a essência das coisas nas quais nos debruçamos para criar ou para absorver. Não é necessário fazer leitura dinâmica do livro que você gosta e nem realizar sua atividade física por obrigação. E nem tampouco é imprescindível assistir a série que “todo mundo está assistindo”. O material que você escolhe consumir, seja lendo, assistindo ou ouvindo, você o faz (ou deveria fazer) para buscar e entender a mensagem principal. Entender sua essência. E para entender sua essência não podemos fazer isso rápido. Não podemos fazer isso com o pensamento raso, mas sim com o pensamento que calcula e ou o que medita.

Mas, voltando a falar de Han, eu conheci o autor através de seu livro “A Sociedade do cansaço” [3], publicado em 2015 com o título de Müdigkeitsgesellschaft (ou “A sociedade da Fatiga” em uma tradução literal). Han escreve, como seu mentor, em alemão e destaca em sua filosofia contemporânea uma crítica contundente à sociedade do trabalho, à tecnologia e à hiper transparência. Apenas para não perder o momentum, uma outra obra famosa dele (que está em minha lista de leitura) é “A Agonia de Eros” [4] onde discursa sobre uma sociedade cada vez mais dominada pelo narcisismo e a auto referência.

 

A Sociedade do Cansaço

 

Estamos todos cansados. Fonte: [6]

 

A Sociedade do Cansaço embora tenha sido escrito em 2015 traz uma análise bem interessante de nossa sociedade utilizando como analogia a questão epidêmica, trazendo a discussão dos problemas enfrentados pelo mundo atual no primeiro artigo (dos 7 que o compõe) falando a respeito de uma possível pandemia gripal. Mas vai além, construindo uma analogia sólida sobre as raízes dos diversos problemas enfrentados pela sociedade atual.

Confesso que ao reler essa obra no mês passado me deparei logo em seu primeiro texto uma analogia inteligente de uma epidemia com nossa sociedade. Ele simplesmente é brilhante ao fazer um voo panorâmico nas patologias modernas como déficit de atenção, depressão e síndrome de burnout. Interessante a coincidência ao construir essa analogia com uma epidemia, tendo em vista a conjuntura atual.

É notório, ao ter contato com seu trabalho, que o autor possui raízes em Heidegger, visto que faz uma análise de tecnologia e seu impacto na sociedade, não focando somente na questão técnica, mas sim, e principalmente, o impacto da tecnologia, seus fins e meios. Seu pensamento atual traz ainda em seu bojo uma crítica ao capitalismo, ao consumismo, a sociedade do trabalho contemporânea e à tecnologia. É perceptível ainda que em sua obra, e não somente o livro abordado, o discurso argumentativo sobre a dominação de nossa sociedade pelo narcisismo e o que o autor chama de “auto referência”.

Para Han, a sociedade atual está infestada de transtornos neuronais psicossomáticos como depressão, déficit de atenção, hiperatividade e esgotamento (Burnout). E, parte desses problemas é causado não pela negatividade, mas sim por um “excesso de positividade” ([3], p.12). Acreditamos que se trata de uma espécie de entendimento que vivemos um processo em que não se enxerga as diferenças, se elimina (ou se tenta eliminar) a alteridade (Nota: a alteridade é a característica do que é diferente, ou perceber a diferença do “eu” e dos outros. Pode ser visto ainda como empatia) e oblitera todo e qualquer processo dialético. E tudo isso se resulta nos indivíduos sendo determinado pelo seu perfil e poder de consumo.  Cabe ainda refletir que o processo de globalização não é compatível com esse pensamento e paradigma imunológico proposto pelo autor. Entendemos que a globalização não se trata somente de relações comerciais, mas todo um conceito mais holístico de teia e aldeia global. Mas, a bem da verdade, o consumismo domina a globalização e acaba sendo seu conceito primário. Segundo Han ([3], p.16), “El paradigma inmunológico no es compatible con el proceso de globalización. La otredad que suscitaría una reacción inmunitaria se opondría a un proceso de disolución de fronteras”.

O processo de simplesmente viver do homem está dando lugar à uma necessidade de sobreviver. Ora, a sociedade do trabalho nos imbui de constantemente dar o melhor desempenho. Nosso poder de trabalho e capacidade de gerar dinheiro nos é exigido ao máximo. A dispersão nos imposta pelas mídias sociais e pelo modo de vida acelerado, o qual não é bom se não for acelerado, pode ainda afetar negativamente o processo criativo. A sociedade está doente (de forma neuronal, de acordo com HAN, 2015) e isso impede o homem que faça uma análise profunda. Não há tempo nem espaço para o ócio. Não se pode desperdiçar tempo algum e isso impede que o homem faça um mergulho e reflita, mas sim o obriga a entregar resultados. E resultados que sejam palpáveis e adequados. Sempre.

 

Han ([3], p.19) escreve: “El agotamiento, la fatiga y la asfixia ante la sobreabundancia tampoco son reacciones inmunológicas. Todos ellos consisten en manifestaciones de una violencia neuronal, que no es viral, puesto que no se deriva de ninguna negatividad inmunológica”.

 

Essa hiperatividade e a mecanicidade imposta pelo mundo atual e mais especificamente pela necessidade de consumo traz como sua mídia principal a tecnologia.  Somos uma sociedade dominada pelo cansaço. Um cansaço solitário que cada vez mais nos individualiza, nos isola e secciona ([3], p.71) e nos impede de fazer qualquer coisa. Cabe aqui um ponto sobre o cansaço meramente físico ou meramente mental: Ao se realizar uma tarefa extenuante, mas pontual, nos cansamos, mas podemos nos recuperar com o devido tempo e nos dispormos a continuar o trabalho. Isso é cada vez mais raro, pois para a sociedade do cansaço, esse ocorre desde que se acorda de manhã e vai até se pegar no sono (quando se consegue, visto que a insônia também é um dos maus do século XXI). Vivemos uma época de excesso de positividade, mas também de excesso de tecnologias submetidos à violência iminente do silencio e que ignora as diferenças e impede a alteridade.

Acredito que o primeiro passo é reconhecer a sociedade do cansaço. E, depois, entendendo a dinâmica atual da tecnologia, mídias e “sociedade líquida”, buscarmos encontrar a essência naquilo que nos dispomos a fazer. Deixar de lado a velocidade e a necessidade de se acompanhar tudo (a própria FOMO atual – Fear of Missing Out; “medo de perder” [trad. literal], tipo de ansiedade derivada da crença de que é necessário estar continuamente conectado com a rotina do outro) e ainda filtrarmos com diligência o conteúdo que deixamos chegar até nós. E, claro, entender que ao consumir conteúdo de mídias sociais estamos na verdade sendo consumidos.

Cabe discutirmos em um próximo texto toda essa rede de filtros, métricas e estatísticas que nos numera e elenca nossas preferências (sim, com base nos seu “likes” e compartilhamentos) com o foco no consumo. Só para dar uma ideia do que acontece: Tudo que você faz online é medido, marcado, guardado com o objetivo de te vender alguma coisa. Exploraremos isso em breve.

É isso. Agora você já conhece a sociedade do cansaço. Vai conseguir se defender?

 

[1] Heidegger. Conferencias y artículos, pp. 9-37. Ediciones del Serbal, Barcelona, 1994. Disponível em: http://www.bolivare.unam.mx/cursos/TextosCurso10-1/HEIDEGGER-%20LA%20PREGUNTA%20POR%20LA%20T%C9CNICA.pdf . Acessado em: 10/01/2017.

[2] Bacciotti-Moreira, Tiago. Ensaio: O pensamento que medita e tecnologia em Heidegger. 2018.

[3] Han, B.-C. (2015). A Sociedade do Cansaço. Petrópolis: Vozes.

[4] Han, B.-C. (2014). La agonía de  Eros.  Herder:  Barcelona.

[5] https://english.elpais.com/elpais/2018/02/07/inenglish/1517995081_033617.html

[6] https://unsplash.com/photos/sxQz2VfoFBE?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditShareLink

Mestrado em TI e os Fatores Críticos

Recentemente eu defendi meu Mestrado em Ciências da Computação na Universidade Federal de Pernambuco. Embora tenha sido um árduo caminho, após a defesa (aprovada) vem uma sensação gratificante.

Neste texto vou tentar explicar um pouco o que é o mestrado profissional e o que eu pesquisei.

O que é um Mestrado?

Um mestrado, ou pós-graduação stricto sensu, é um grau acadêmico concedido por especialistas de uma determinada área de conhecimento a quem demonstra ter saberes suficientes sobre determinado assunto, podendo assim se tornar um Mestre naquela área.

Em se tratando de um mestrado, os conhecimentos devem ser (muito) específicos. Pega-se uma área geral (grande área) e afunila-se até chegar a determinado assunto. Por exemplo: dentro da área de Informática temos a Engenharia de Software. Dentro desta temos os Testes de Software, que possui Testes Caixa Preta e assim sucessivamente. Em um hipotético mestrado nessa área, tamanha deve ser a especificidade que um trabalho deveria ser focado em, por exemplo, aplicar testes de software do tipo caixa preta em determinado sistema, de determinada empresa, por determinado período. É muito específico e é isso que garante a natureza de um mestrado. O estudante deve ser muito bom em uma coisa muito específica.

Pode ser que eu não tenha explicado da melhor maneira possível, mas a essência é essa.

Mestrado Profissional em TI

O mestrado profissional não é muito diferente. As exigências são as mesmas, porém o foco das aulas e, consequentemente, da dissertação (lembrando que para mestrado é dissertação e para doutorado é tese) pode ser algo voltado mais para o mercado de trabalho e menos para a academia.

Contexto e problema

Geralmente os projetos de TI atrasam. E isso quem costuma falar é o Standish Group, através do CHAOS Report, que é um documento elaborado periodicamente que traz estatísticas sobre o atraso em projetos de software – e suas razões.

Basicamente eu utilize uma Revisão Sistemática (explicada abaixo) para entender quais principais fatores que fazem os projetos atrasarem.

Revisão Sistemática

É preciso conhecer tudo o que já foi produzido sobre determinado tema. Para fazer isso de uma forma coerente e planejada, é indicado usar a Revisão Sistemática de Literatura, assim definida por mim no trabalho:

A principal vantagem de se utilizar a Revisão Sistemática da Literatura é que esta propõe uma metodologia bem definida que torna menos provável que os resultados sejam tendenciosos. A revisão sistemática foca em questões de pesquisa bem definidas e de natureza causal (Kitchenham, 2007). Petersen et al (2007) frisam que a revisão sistemática é mais aprofundada do que outras técnicas de revisão bibliográfica e a síntese dos seus resultados foca mais em identificar as melhores práticas e sua efetividade. A Figura [abaixo] ilustra as etapas do processo da Revisão Sistemática da Literatura executado neste trabalho.

Fluxo da Revisão Sistemática

Fatores Críticos (Sucesso e Fracasso)

Fatores Críticos é um termo usado para referenciar algumas questões as quais deve-se ter atenção para o desenvolvimento de algum projeto, atividade ou objetivo. Por exemplo: um fator crítico que devemos nos preocupar quando iremos fazer uma longa viagem de carro é ver se tem óleo no motor, ou se o mesmo não está vencido, certo?

É mais ou menos por aí o conceito de FC – Fator Crítico. São fatores que precisam de extrema atenção, pois caso eles sejam subestimados podem trazer consequências não desejáveis. No meu caso, eu pesquisei Fatores Críticos para gestão de tempo em projetos de software. Resumindo, isso significa que eu pesquisei o que pode atrapalhar ou ajudar os projetos de software serem executados dentro do período planejado.

No meu trabalho, tá assim:

Na literatura existem estudos que buscam os motivos para o sucesso ou fracasso dos projetos de software. Estes motivos são chamados de Fatores Críticos (FC), que são tanto de sucesso (Fatores Críticos de Sucesso -FCS) como de fracasso (Fatores Críticos de Fracasso -FCF). Os FCS são os fatores que influenciam de forma benéfica o processo de desenvolvimento do projeto direta ou indiretamente. Quando não aplicados, podem causar falhas no ciclo de vida do projeto de software econsequentemente prejuízo aos clientes e desperdício de recursos, se transformando em um FCF. Assim, conceituam-se os Fatores Críticos de Fracasso como a falta ou a não aplicação correta dos Fatores Críticos de Sucesso, caracterizando-se uma relação antagônica entre eles.

O produto da pesquisa

Ao final da minha dissertação, eu esbocei um pequeno texto que orienta equipes de TI em relação a gestão de tempo dos seus projetos.

É um documento que ainda está em construção, mas você pode acessar a primeira versão aqui.

Você pode acessar o texto completo da minha dissertação aqui.

FAQ

Nossa, acho que nunca conseguirei entrar em um programa de mestrado!

Não pense assim pois você já começa a jornada derrotado. Você que tem vontade de fazer a pós deve tentar sempre, até conseguir. Cada tropeço é aprendizado para a próxima tentativa! No final você vai ver que valeu a pena.

Meu Deus, acho que nunca conseguirei pagar um curso de mestrado!

Existem cursos grátis! E não são tão difíceis de entrar. Pesquise a área que te mais interesse, leia o edital, faça a inscrição e tente! Além disso, existem programas que oferecem bolsas. (Ainda) existem muitas oportunidades no país.

Credo em cruz, acho que nunca conseguirei defender uma dissertação, pois sou muito tímido!

Todo mundo pensa isso e todo mundo fica nervoso pouco antes de apresentar. Mas se eu tenho uma sugestão é: treine exaustivamente sua apresentação. Cronometre o tempo, decore cada slide e simule situações que podem acontecer (queda de luz, esquecer algum conceito). Eu treinei minha apresentação umas duas vezes ao dia por cerca de trinta dias! Isso vai te dar segurança e confiança para apresentar!

Santo Padre! Acho que nunca irei ter nenhum tipo de diferencial no mercado por ter mestrado!

Infelizmente essa é a verdade na maioria dos casos. Um grau de mestre, ou até de doutor, não é muito reconhecido na indústria (termo usado para mercado de trabalho, o que está fora da academia). Faça seu mestrado caso queira seguir carreira acadêmica ou caso queira aperfeiçoamento pessoal. Para mim serviu para as duas coisas.

Alguma outra dica

Defenda sua dissertação, na concepção da palavra. Naquele texto tem dois anos de escrita e leitura, portanto é uma parte da sua vida (e da sua paciência) que está ali. Você tem que defender como se fosse um membro da família. Sempre falo para meus colegas: “se a banca te questionar, defenda suas ideias com firmeza e confiança, obviamente sem ser grosseiro ou desrespeitoso”. Eu sempre sugiro começar assim: “Ótimo questionamento, professor(a). Eu até pensei que isso seria interessante aplicar, de fato; mas eu preferi usar essa abordagem por causa de x, y e z…”.

A banca deve saber que você está apto para defender sua ideia, por mais estranha que pareça no início (obviamente existem pesquisas que não são fundamentadas, e isso seu orientador irá te explicar).

Caso tenha alguma dúvida, comente aqui embaixo.

Três atitudes que te tornam um profissional de TI melhor

Analista de TI trabalhando

Na última semana me foi solicitado que eu gravasse um vídeo curto para a agência de notícias de um colega. Ele me pediu que falasse por aproximadamente três minutos sobre a carreira de TI e quais dicas eu poderia dar aos ingressantes da área baseado na minha experiência. Embora três minutinhos somente sejam pouco tempo para falar muita coisa, tentei sintetizar algumas informações e fiz a gravação. Na ocasião eu citei que a pandemia acelerou um processo/modelo de trabalho que já estava se desenhando: o “Work From Home“, ou como é conhecido no Brasil, “Home Office”. Essa aceleração pode ter demandado uma grande quantidade de profissionais de tecnologia em um curto espaço de tempo, o que pode ter causado escassez de oferta (não pesquisei esses dados, é uma percepção empírica). Enfim, pegando o gancho do vídeo gravado, decidi compartilhar com vocês mais algumas dicas que considero essenciais no decorrer da sua carreira na área de tecnologia (para ser sincero, o que vou falar aqui serve para qualquer área).

Pois bem, digamos que eu não possuo ainda vasta experiência (embora tenha 18 anos desde que programei pela primeira vez, eu comecei a trabalhar formalmente na área mais recentemente), porém acredito que o que eu vivi e estudei até hoje possa contribuir, de fato.

Analista de TI trabalhando
Um programador trabalhando 🙂

Diante disso, separei três tópicos abaixo para reflexão dos mais novatos nessa área. Lembrando que os três tópicos abaixo estão inter-relacionados e se complementam. O ideal é fazer um pouquinho por dia até se tornar um hábito (5 minutos de leitura por dia durante um ano é bem melhor que nenhum minuto de leitura durante o ano, por exemplo).

Lembrando que os três itens abaixo circundam um ponto em comum: estudar. Adquirir conhecimento e fazer inter-relações entre conceitos é uma das melhores formas de desenvolver seu cérebro e facilitar a resolução de problemas e tomadas de decisão futuras.

1) O principal: estudar TI

Sim, é o óbvio. Mas é sempre bom reforçarmos o óbvio (além disso, o que é óbvio para mim pode não ser para você). Estudar Tecnologia da Informação envolve muita coisa.

Conhecer conceitos: entenda as teorias e os princípios da informática. Entenda o contexto das novas soluções que surgem. Lembre-se, você não é especificamente um programador PHP, você é um profissional da área de tecnologia.

Entender de tecnologias: não é necessário se aprofundar em cada biblioteca Javascript que surge – até mesmo por que surge uma nova por semana. Mas é interessante você ao menos conhecê-la, entender as principais características e ao menos saber fazer um “Hello World!”. Isso combina muito com o tópico acima sobre conceitos: entenda o contexto, o processo histórico que chegou nesse ponto do surgimento dessa nova tecnologia. Exemplo bobo: O Deno.js surgiu para garantir mais segurança ao Node.js (Deno é o contrário de Node, percebeu?).

Utilizar ferramentas: o mesmo que o item acima. Você vai escolher as ferramentas que mais se adaptam ao seu estilo de trabalho (tem gente que não usa agenda, usa planilhas eletrônicas!), mas é sempre bom ao menos saber do que se trata esse novo software de codificação que “todo mundo tá falando bem”.

Fazer cursos: extremamente importante. Faça cursos na Udemy ou em outra plataforma de ensino que tem preços acessíveis. Você vai usar alguma vez na vida todos os conceitos apresentados nesse curso de 30h? Provavelmente não. Mas isso retorna ao ponto que estamos reforçando aqui: conhecimento nunca é demais e pelo menos alguma coisa você aprenderá em cada aula assistida. Organize seus horários e assista ao menos uma aula de dez minutos por dia, de algum assunto que te interesse. Você vai ver que valerá a pena.

Manter-se informado: manter-se antenado às notícias é outra atitude que te deixará mas a par do que acontece no mundo da tecnologia. Te dará embasamento para comunicar-se com outros profissionais da área em seminários e outros tipos de eventos.

2) O recomendado: estudar inglês

Dica batida também, mas é sempre bom reforçar. Aproveite os seus jogos para aprender inglês. Muitas pessoas falam que aprenderam inglês jogando, então já é um começo. Além disso, com a vasta oferta de séries que existe hoje, fica mais fácil pegar alguma, colocar legendado em português e ir praticando a audição e sotaque enquanto assiste. Uma boa dica, mais avançada, é colocar o áudio e a legenda em inglês.

Por que é importante? Por que inglês é a língua universal atualmente, principalmente na ára de TI. A maioria das documentações de ferramentas são nessa língua.

Outra dica legal é seguir perfis no Twitter que se comuniquem em inglês, além de se inscrever em fóruns (como o Reddit) nessa língua. Quanto mais contato você tem, mais seu cérebro vai se acostumando e melhor você aprende. Uma época que eu comecei a praticar, até a língua do meu celular eu coloquei em inglês.

3) O inesperado: estudar NÃO SOMENTE TI

Este tópico é o que eu mais gosto. Principalmente por que foi uma coisa que eu entendi recentemente e constatei que realmente faz sentido. Muito tem se falado ultimamente sobre as Soft Skills, que são aquelas características do profissional que envolvem comportamento, comunicação e outros aspectos que são subjetivos e que não dizem respeito estritamente à habilidade de desenvolver uma tarefa. Um exemplo clássico é o programador excepcional que não tem traquejo social para conversar com as pessoas, se comunicar etc.

Nessa esteira de manter-se sempre estudando e informado, adquirir conhecimentos estranhos à sua formação te torna um profissional (e uma pessoa) mais completo e com muito mais conteúdo. Leia livros de outros assuntos que não tem relação direta com tecnologias da informação. Futuramente eu escreverei sobre os livros que ando lendo, mas garanto que a maioria não tem relação com informática.

Não se esqueça: tudo o que você aprende e as experiências que você passa servirão para alguma coisa útil em algum dia.

E essa tal de Nuvem?

Quando se fala em “nuvem”, na informática, muitas pessoas ainda não conseguem entender este conceito um tanto abstrato. Embora muitas dessas pessoas utilizem a nuvem no seu dia a dia (Netflix é sim nuvem, pessoal!) ainda fica difícil conceber exatamente do que se trata.

Bom, eu vou tentar resumir aqui o que é esse termo tão falado

Nós profissionais da TI nos referimos à nuvem quando queremos nos referir a “algum recurso, seja arquivos, documentos, ou até mesmo infraestrutura que não esteja necessariamente no seu computador local, e sim em algum servidor a milhares de quilômetros de distância, o qual você tem acesso pela internet”.
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